domingo, 14 de janeiro de 2018

Editorial | As caras lindas do Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra em Aveiro

Adenda: só para recordar o que foi escrito no ano transacto. Não temos duas caras nem somos hipócritas.



Neste mísero País tudo pode acontecer sem que os autores sejam chamados a responder pelos seus actos. O sentimento de pura impunidade tem vindo a tomar proporções preocupantes em alguns organismos públicos, assiste-se a um vale tudo para atingir determinados fins, sem olhar a meios, nem que para isso seja necessário recorrer a decisões anti-cívicas, a artimanhas administrativas no interior dos gabinetes senão mesmo destruir o trabalho dos outros, que levou anos a erguer.

O Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra é um exemplo pragmático em tais investidas, ao ponto de ter os seus favoritos em Aveiro, ou melhor, as suas caras lindas.

Os apadrinhamentos dos famigerados jet set |djéte séte| o snobismo, vulgo “jobs for the boys” na área da dádiva de sangue está a causar náusea social. Este fermento inquinado preocupa muitos dirigentes associativos. Dividir para reinar, até quando?

Quem pretende fazer dos dadores estúpidos? Das duas uma: ou os dadores são mesmo ignorantes, ou alguém está empenhado em cobrir o sol com uma peneira.

A guerra psicológica que está a ser promovida neste campo, tem objectivos definidos: destruir o trabalho que a ADASCA tem vindo a desenvolver vai a caminho de 11 anos.

Como é possível realizar mais sessões de colheitas de sangue em determinado local na cidade de Aveiro, num horário após laboral, quando isso já sendo feito à uns anos a esta parte no Mercado Municipal de Santiago em Aveiro? O que está por detrás na aprovação da parte do CST de Coimbra em avançar com estas sessões? Na verdade, e por sugestão de um conjunto de dadores de sangue, a ADASCA entendeu que deviam ser feitas colheitas de sangue às quartas-feiras num horário pós laboral, aquele centro concordou, com resultados à vista.

Milhares de folhetos, dezenas de cartazes têm sido e são distribuídos vs afixados todos os meses, páginas inteiras de publicidade no Correio do Vouga, até à pouco tempo também no jornal Terras de Vagos, com o objectivo de aumentar a adesão à dádiva de sangue, o que equivale a um investimento financeiro considerável. Tudo isso não é tido em conta? Quem quer mais? Alguém propósitos dúbios? Calma.

No pretérito dia 16 do corrente (ano transacto), realizou-se a 7ª. Convenção Nacional de Dadores de Sangue e Medula Óssea na localidade da Maia, os sujeitos que se dizem preocupados com os dadores, ou querem aumentar a dádiva optaram por não comparecer. Porquê?

Ganhem vergonha, não façam dos dadores estúpidos ou para ficarem bonitos na fotografia.

Mais um alerta aos dadores, nunca é demais: Abram os olhos, e procurem saber quem está do vosso lado. Se gostam ser usados para fins pouco claros, a conversa é outra, continuem, coloquem-se a jeito. No Posto da ADASCA isso não é permitido.

A informação que se impõe é a seguinte: os funcionários que formam as equipas para a recolha de sangue, pertencem ao CST de Coimbra, é a esses que devem pedir contas quando as coisas não correm bem.


Se são mais antigos isso nada diz, o que importa saber é o que fizeram de concreto pelos dadores? Zero. Comer o fruto da árvore cuidada por outros é igual a falta de vergonha.

J. Carlos
Director
(Texto original)

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