quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Mundo: Novos dados revelam que o maior acidente de aviação da história foi evitado por 18 metros


Avião da Air Canada vinha de Toronto para São Francisco



Airbus da Air Canada abortou no último momento uma aterragem na pista errada, onde estavam quatro aviões a aguardar permissão para descolar

Podia ter sido a maior catástrofe da aviação, mas o acidente foi evitado por pouco. No mês passado, um Airbus A320 da Air Canada conseguiu nos últimos segundos evitar a aterragem numa pista do aeroporto de São Francisco onde quatro aviões cheios de passageiros aguardavam autorização para descolar. Sabe-se agora que a aeronave esteve a apenas 18 metros (59 pés) de aterrar na pista errada, conseguindo assim desviar-se por escassa distância do desastre.

Novos dados e fotografias, divulgados esta quinta-feira pelo organismo que regula a segurança dos transportes nos EUA ( National Transportation Safety Board, ou NTSB), mostram que o avião da Air Canada estava efetivamente a muito baixa altitude quando os pilotos foram instados a abortar a aterragem por não estarem a descer para o sítio certo.

Tudo aconteceu no dia 7 de julho: quando conseguiram observar a trajetória perigosa do voo da companhia canadiana, pilotos de um avião da United Airlines, que aguardavam permissão para levantar enquanto viam o A 320 dirigir-se perigosamente para eles, alertaram os controladores de tráfego aéreo, enquanto a tripulação do avião das Philippine Airlines, também no solo, ligou as luzes de aterragem, numa tentativa desesperada de avisar os pilotos da Air Canada.

Segundo os registos das conversas com a torre de controlo, percebe-se que a tripulação da Air Canada, que deveria aterrar na pista principal de acordo com a ordem que lhe fora transmitida pelos controladores, se dirige inadvertidamente para uma pista paralela onde se encontravam as quatro aeronaves a aguardar indicação para descolar.

Era perto da meia-noite e os pilotos questionaram a torre de controlo se era mesmo suposto prosseguirem com a aterragem. Os responsáveis respondem que sim, julgando que a tripulação se referia à pista principal, e só quando o avião da Air Canada quase toca na pista errada é que lhe é dada ordem para abortar a aterragem. Quinze minutos depois, o A320 aterrou em segurança já na pista certa.

Os investigadores ainda não determinaram a causa provável da ocorrência, que podia ter terminado no pior acidente da história da aviação. Mas a NTSB divulgou imagens que mostram a proximidade do avião da Air Canada ao solo e novos dados, nomeadamente que a aeronave esteve a apenas 18 metros de aterrar e, portanto, de colidir com os quatro aviões no chão.

Segundo o The Guardian, o avião estava tão fora de rota que não foi sequer detetado pelo sistema do aeroporto que analisa possíveis colisões na pista - problema que estará já a ser corrigido. A NTSB explicou ainda que os pilotos da Air Canada tinham muita experiência: o comandante tem mais de 20 mil horas de voo e o copiloto mais de 10 mil. Ambos terão dito aos investigadores que não têm memória de ter visto os outros aviões no solo ou a pista errada, mas que perceberam que algo não estava bem.

Os investigadores não conseguiram, porém, ter acesso à conversa entre os dois pilotos da Air Canada no cockpit, já que o sistema regista apenas as últimas duas horas de voo e o avião fez outra viagem logo na manhã seguinte, pelo que foram sobrepostas outras gravações.

A Air Canada, por seu lado, não quis comentar o incidente, alegando que está a decorrer uma investigação.

Fonte: DN

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