sábado, 12 de agosto de 2017

Incrível cara de pau. Lula esteve no sítio de Atibaia 270 vezes, mas insiste que a propriedade não é sua


Dezembro de 2010. Lula ainda era presidente. Dona Marisa, falecida no início deste ano, procurou Emílio Odebrecht, dono da Construtora Odebrecht, e pediu para que a empreiteira reformasse o sítio de Atibaia, onde o então presidente passaria a descansar depois que deixasse a Presidência. “Vou para o meu sítio”, contou Lula a amigos. O patriarca da empreiteira ordenou, então, que Alexandrino Alencar, diretor da companhia, se encarregasse das benfeitorias. Com a propriedade moldada a seu feitio, o petista e sua família passaram a frequentar o local religiosamente. Em seis anos, esteve no sítio por 270 ocasiões. Até a eclosão das denúncias contra ele, ao se manifestar sobre o paradeiro do ex-presidente, sua assessoria emitiu pelo menos 12 notas oficiais em que afirmava com todas as letras que o petista passaria os fins de semana “em sua casa de veraneio em Atibaia”. Ou seja, até ser acossada pela Lava Jato, a família Lula não tinha o menor constrangimento em reconhecer o imóvel como seu. A retórica se ajustou à luz dos novos fatos. Agora, perto de ser condenado de novo em primeira instância, Lula, que se tornou réu pela sexta vez na última semana, recorre a subterfúgios para negar o óbvio ululante: que o sítio lhe pertence e foi repaginado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht como contrapartida a obtenção de contratos na Petrobras.

No total, as empreiteiras gastaram R$ 1,025 milhão nas reformas do sítio, conforme concluiu o juiz Sergio Moro, ao aceitar, na terça-feira 1, a denúncia contra Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. Em seu despacho, Moro afirmou que o ex-presidente “teria participado conscientemente do esquema criminoso. Como parte de acertos de propinas destinadas à sua agremiação política, o grupo Odebrecht e o grupo OAS teriam pago vantagem indevida ao ex-presidente Lula consubstanciada em reformas no sítio de Atibaia por ele utilizado”. Formalmente, o sitio está registrado em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios de Lulinha. Mas extraoficialmente, “a propriedade é de Lula”, diz o juiz. “O sítio passou a sofrer significativas reformas ainda em 2010, durante o mandato presidencial e que prosseguiram até 2014”, lembrou Moro. Lá, foram feitos investimentos “sempre com o conhecimento de Luiz Inácio”.

Para comprovar que Lula é o verdadeiro dono do sítio, o MPF anexou ao processo mensagens eletrônicas trocadas entre o caseiro da propriedade, conhecido como Maradona, com seguranças do ex-presidente. Uma delas falava que “um pintinho” havia sido atropelado pela “perua”. O MPF ainda incluiu na denúncia que, quando a PF fez buscas no local, roupas e bens pessoais do petista e de dona Marisa estavam guardadas no quarto do casal. Até uma camisa do Corinthians, escrito Lula nas costas, foi apreendida. Também foram encontradas notas fiscais de compra de material de construção – em nome de Marisa. Em outra devassa feita no imóvel de Lula em São Bernardo, a PF apreendeu uma minuta da escritura de compra e venda do sítio. Estava lá a digital do advogado de Lula, Roberto Teixeira, a quem coube preparar o documento de compra e venda em nome de Fernando Bittar. Um verdadeiro “batom na cueca”, como se diz no jargão policial quando há provas irrefutáveis de um crime.

• O MPF afirma que Lula é o verdadeiro dono do sitio de Atibaia

• A propriedade, no entanto, está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de seu filho Lulinha

• O imóvel está avaliado em R$ 1, 5 milhão

• Mas, a pedido de Lula, a Odebrecht, a OAS e seu compadre José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,025 milhão para reformar a propriedade

• Lula diz que não é dono do local, mas nos últimos 6 anos esteve lá 270 vezes

• Em emails, o caseiro do sítio, Maradona, comunicava os seguranças de Lula até sobre a morte de “pintinhos” na propriedade

• Em buscas em seu apartamento, a PF encontrou uma minuta da escritura do sítio

(Istoé)e (cesarweis.com

Comentário: Será que o Povo brasileiro não é digno de ter melhores governantes? Pessoas que foram eleitas com base no voto de confiança dos cidadãos, não era suposto serem o exemplo a seguir pelos seus valores morais, sociais, etc. etc., e nunca pela negativa?
Vai-se confiar em quem? Na Justiça? Ela tem uma venda nos olhos, mas, vê bem para não tocar nos ditos impunes.
Lamentável, evidentes sinais dos tempos.

J. CARLOS

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