quarta-feira, 5 de julho de 2017

Tancos, segurança, justiça e o Orçamento: o que valem as opções políticas

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
A América e a Coreia do Sul responderam a Kim. Depois de os EUA confirmarem que o projéctil lançado pela Coreia do Norte era mesmo um míssil balístico intercontinental, os dois países anunciaram um teste conjunto com mísseis. E Washington pediu "uma resposta global para um problema global".
Cerca de 50 migrantes desapareceram entre Marrocos e Espanha, depois de a embarcação onde seguiam ter naufragado a norte de Marrocos. As equipas de salvamento conseguiram resgatar três homens. A Guarda Costeira espanhola receia que os restantes ocupantes se tenham afogado.
Por cá, a manhã acorda-nos com uma notícia preocupante: a de um bebé de 18 meses desaparecido na Póvoa de Lanhoso. Bombeiros, Guarda Nacional Republicana e Polícia Judiciária juntaram-se nas buscas (e nós esperamos que o encontrem bem).

Notícias do dia

O caso de Tancos entrou no julgamento político. No dia em que o líder parlamentar do PCP exige "mudança de política" e apuramento de responsabilidades "em toda a extensão" (na TSF), os jornais começam à procura de dados. Aqui, no PÚBLICO, contamos-lhe duas histórias: que Exército gastou mais 400 mil euros em videovigilância em dois anos, deixando Tancos de fora; e que as Forças Armadas estão a contratar segurança privada por "ausência de recursos próprios". No Negócioslemos outra história: que, em 2016, Defesa e MAI deixaram 302 milhões na gaveta do Orçamento.
No plano político, Marcelo assumiu o comando e Governo foi atrás (mas perante um silêncio estranho do ministro e pesado do PS). Hoje haverá uma reunião da chamada"situation room", já sem protesto de militares à vista. Quem regressou ao ataque foi Paulo Portas. Assim.
Sobre o roubo, José Miguel Júdice deixou-nos uma pista: os assaltantes estavam a ser vigiados pelas autoridades. E o El Pais deixou-nos envergonhados. Em síntese, eis o pouco que sabemos e o muito que há por saber.

A propósito de opções políticas, quantos julgamentos fez cada um dos tribunais que reabriram? Menos de dois por mês, responde a Ana Henriques, no balanço dos seis meses da medida, um texto que faz a nossa manchete de hoje.
Na Justiça, tudo como dantes no braço-de-ferro com magistrados. E a greve continua à vista.
Falando de opções políticas, o bloco central vai travar a nacionalização do SIRESPcontrariando o pedido do Bloco de Esquerda.
Ainda as opções políticas, agora na Educaçãoo Governo anunciou mais salas no pré-escolar. E, ao que conta o JNmenos 30 minutos de aulas no 1º ciclo.
Outras opções, agora na função públicaos precários só entram no Estado a partir de Fevereiro de 2018.
Mas na economia a notícia das últimas horas é esta: a Associação Mutualista lançou uma OPA sobre 26,5% do fundo do Montepio. O Pedro Ferreira Esteves faz a síntese. O banco vai agora sair da bolsa (mas para já o seu valor vai subindo em flecha).
Do Fisco vêm dois tipos de notícias. Uma sobre o célebre "apagão" nasoffshore, com as explicações (incompletas) do chefe da Inspecção-Geral; outra com o relatório de 2016, que mostra uma duplicação da prescrição de dívidas fiscais, umrecorde de penhoras e uma nova subida das facturas.
E um alerta sobre o nosso ambienteo Portinho da Arrábida está reduzido a um terço do que já foi. Já que falámos sobre opções políticas: virá um plano de intervenção?

A agenda de hoje
  • Quatro ministros discutem o caso de Tancos com as autoridades judiciais e de segurança, numa rara reunião do Sistema de Segurança Interna
  • Os partidos debatem o SIRESP (e a proposta de nacionalização, lançada pelo Bloco)
  • Os ministros da Agricultura e da Segurança Interna são ouvidos no Parlamento sobre a reforma da Floresta;
  • Donald Trump regressa à Europa, com uma visita a Polónia (que precede uma reunião do G20 e um encontro com Putin)
  • Dia de reunião de chefes da diplomacia da Arábia Saudita, Bahrein, Egipto e Emirados Árabes Unidos, sobre o ultimato ao Qatar.

Um olhar sobre o mundo

1. Kim pôs em causa a lua-de-mel dos EUA e da China. Num claro desafio a Donald Trump, o regime norte-coreano testou o que diz ser um míssil balístico intercontinental, precisamente a 4 de Julho, o Dia da Independência dos EUA. Há muitas dúvidas quanto à verdadeira natureza do ensaio realizado pelo regime norte-coreano, mas foi suficiente para que o mundo voltasse a pesar as suas opções em relação ao país de Kim Jong-un. Para Washington chegou a hora de Pequim aumentar a pressão. Até onde irão os desafios? O João Ruela Ribeiro tentou uma resposta, com uma ajuda da Clara Barata: diz-nos ela, ouvindo analistas, que o míssil norte-coreano já poderia chegar ao Alasca.
2. Quem é (e ao que vem) o primeiro príncipe moderno da Arábia Saudita. Ambicioso e carismático, vencedor do jogo de tronos saudita, é também o que reúne mais poder desde sempre na monarquia. MBS quer mudar tudo, quer fazê-lo agora. E gostaria que os EUA se envolvessem num conflito militar com o Irão.A nossa Sofia Lorena traça-lhe o perfil, enquadrando o momento delicado que se vive no Golfo Pérsico.
3. Nicolau II, o czar que perdeu o trono e não viveu para contar. Há um século, os Romanov eram afastados do trono do Império Russo. A família passou mais de um ano detida em vários locais, enquanto assistia ao fim de tudo aquilo que conhecia. Um novo livro lança uma luz sobre os últimos meses da última família imperial - e o autor, Robert Service, ajudou-nos a ler essa luz.

Aproveitar a vida em 3 actos

E se, na praia, pudéssemos pedir uma bola de Berlim como um Uber? A ideia surgiu na praia (claro) há quatro anos. Ignácio Correia estava com o irmão e pensaram: “Era tão fixe se houvesse uma forma para chamar o vendedor de bolas de Berlim quando nos apetecesse”. A aplicação “Bolinhas” passou do plano do imaginário para o real e arrancou... “com uma adesão demasiado grande”, no Algarve. Vai uma bolinha?
E se aproveitássemos a fruta que cresce nas nossas ruas? Há vários anos que Sofia Lage tem “uma irritação”: por que razão a fruta comestível que cresce nos espaços públicos não é aproveitada? Na abertura das candidaturas ao Orçamento Participativo Portugal viu a oportunidade perfeita para esquematizar uma ideia antiga. Agora, a ideia vai a votos. 
A última ideia não é, na verdade, uma ideia. É um texto, é um poema, é uma delícia que nos faz olhar ao espelho. A Raquel Correia é médica, copywriter, intrinsecamente curiosa e quase sempre sarcástica. Mas foi doce quando escreveu no P3 este "Para ti, trintona". É com ele que me despeço, sem excertos, porque basta meio minuto para o ler e pôr-nos um sorriso nos lábios.
Tenha um dia bom, doce, agitado, animado. Aproveite-o bem. 
Nós estaremos sempre por aqui.

Até já!

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