quarta-feira, 23 de agosto de 2017

CRISE, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E INGENUIDADE TECNOLÓGICA


Os que defendem a inteligência artificial (IA) como solução para os problemas económicos padecem de uma enorme ingenuidade tecnológica. Alguns chegam até a perguntar como a IA poderia traduzir-se em crescimento económico.

Na verdade, os engenheiros que sabem muito de IA & de robots pouco ou nada sabem de economia política – o que limita o seu entendimento.   Eles Incidem assim em ilusões, como se o progresso tecnológico pudesse resolver a depressão económica actual.   Por isso, convém repetir o b-a-bá do modo de produção capitalista.   A generalização da IA & dos robots significa um aumento da composição orgânica do capital, ou seja, da substituição de trabalho vivo pelo trabalho morto incorporado nos equipamentos.

Ora, o aumento da composição organica, leva inelutavelmente à redução das taxas de mais-valia e de lucro, pois elas só podem ser extraídas do trabalho vivo.   Dessa forma, o incremento da queda da taxa de lucro será um motivo ulterior para agravar ainda mais a crise actual.   

É verdade que na concorrência inter-capitalista as empresas que chegam primeiro à IA e aos robots têm uma vantagem acrescida em relação aos seus competidores mais atrasados, os quais podem ser expulsos do mercado.   Mas a generalização da IA e dos robots a todas as empresas poderá significar o dobre de finados do capitalismo, um sistema baseado no lucro.   Não há falta de inteligência entre os tecnólogos da Inteligência Artificial – eles apenas padecem de uma visão em túnel e espalham as suas ilusões entre aqueles que os ouvem.


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