sábado, 22 de julho de 2017

Nuvens | ADN DOS MILITARES DE HITLER NA FRANÇA OCUPADA ESTÃO NOS "CÉUS" DA ALTICE?


Valdemar Cruz serviu hoje o Expresso Curto. Aborda muitos temas. Ele nunca se fez rogado. Avante. De tanto que serve selecionamos a PT, MEO… Por outras palavras: os esclavagistas e negreiros da Altice. Este foi um negócio de Passos Coelho e aqui está à vista – excepto o que ainda está escondido – o negócio que fez. Provavelmente quando deixar a política mais ativa tem por ali cargo assegurado. Nunca se sabe. Negócios são negócios. A seu tempo veremos se o palpite é certo ou errado. Passo ou outro da mesma espécie. Eles são tantos!

Pois esses tais negreiros e esclavagistas a que chamam CEO já estão a somar quase 2 mil despedimentos, e querem isto e aquilo. Até já foi declarado por um destes mastodontes do capitalismo selvagem que o ideal era não ter de pagar ordenados aos empregados… Com a tal mentalidade fascistóide vê-se mesmo que é parceiro de Passos, de Cavaco e de mais uns quantos que por aí abundam e nos tramam. O que o tal CEO quer é que trabalhem de borla. Empresa franco-israelita… Há gente mesmo feia, porca, má… e judia. Quanto aos francos, o chauvinismo prevalece e o ADN ali deixado pelos homens de Hitler, no truca-truca às francesas, é, provavelmente, responsável pela herança nazi de algum destes CEO. Pois. E os céus não querem esperar. De uma assentada vão despedir 2 mil empregados, pelo menos. É o que já estimam os mais pessimistas. E é provável, se o governo, os trabalhadores, os sindicatos, alguém, não lhes souber pôr um travão e lhes der um grande pontapé nos traseiros.

Leia mais em produto eleborado por Valdemar Cruz e ainda uma peça que está a seguir ao Curto, da lavra de Anabela Campos, também do Expresso. Eis o título: “O posto de trabalho é MEO”: modelo da Altice e trabalhadores transferidos motiva greve histórica

Se continuar a ler vai ficar esclarecido, por agora.

MM | PG

O País Invisível

Valdemar Cruz | Expresso

Todas as sociedades constroem os seus próprios invisíveis. Com frequência é a literatura a resgatá-los dos abismos do silêncio e a dar-lhes corpo e voz. Transporta-os, de uma ausência, para uma presença avassaladora à qual passa a ser impossível ficar indiferente. Foi assim com Ralph Ellison e o seu “Homem Invisível”, o implacável retrato, publicado em 1952, de um homem cuja cor o torna invisível para a sociedade norte-americana. Ou, no contexto português, e para nos ficarmos apenas com dois exemplos, assim aconteceu com “Levantado do Chão”, de José Saramago. Publicado em 1980, puxava para primeiro plano o mundo rural e as lutas dos trabalhadores agrícolas. Por norma, pobres, desfavorecidos, negros, ciganos ou outras minorias tendem a ocupar o espaço mediático apenas quando um incidente, ou um acidente, desencadeia uma tempestade noticiosa e, momentaneamente, os coloca como alvo de todas as atenções. Os mais recentes incêndios desencadearam um caudal noticioso incapaz de permanecer indiferente à distante e cruel ruralidade para que estão remetidos tantos portugueses. As declarações de um candidato autárquico do PSD sequioso de protagonismo recolocaram os ciganos no foco das notícias.

O impacto gerado pelas movimentações empresariais da Altice, uma empresa franco-israelita dona da PT, deram nova visibilidade às lutas laborais no universo da empresa. Para quem esteja distraído, até parece estarmos perante um problema novo, quando se anuncia a greve geral dos trabalhadores da PT marcado para hoje. Não se verificava uma mobilização similar contra a degradação das condições de trabalho desde 2006. Isso significa, porém, que estamos em presença de uma luta antiga, como antiga é a degradação resultante da desastrosa e criminosa privatização da PT, porventura agravada agora com novas orientações da nova gestão. Os trabalhadores receiam despedimentos em massa, contestam transferências entre empresas vistas como antecâmara de despedimentos e denunciam um ambiente intimidatório. Desde a entrada da Altice na PT já saíram da empresa mais de 1 300 trabalhadores e há perto de 400 sem funções atribuídas, o que, além do mais, é ilegal.

O título deste Curto roubei-o a uma coletânea de contos(que menciono mais abaixo) construída à volta das ruínas do país interior e das constantes tensões entre o mundo rural e o mundo urbano. É uma dicotomia antiga, já assinalada por Fernando Pessoa no poema “Ó sino da minha aldeia”. Nas últimas décadas, com a desregulamentação laboral, a ostracização dos sindicatos, a criação de um ambiente hostil a qualquer reivindicação laboral, tem vindo a ser criado um outro país invisível. Não afeta já exclusivamente os pobres, os negros, os ciganos ou outras minorias, étnicas ou não, mas entra bem fundo pelo interior da empobrecida classe média gerada pelo mundo do trabalho que temos. A par das névoas muitas névoas já criadas, há um novo país invisível e silencioso a preencher o nosso quotidiano.

OUTRAS NOTÍCIAS

Mais de 600 trabalhadores vão sair do BPI, num programa de redução de postos de trabalho aberto pelo banco após ter passado no início do ano para o controlo do grupo espanhol CaixaBank. A administração do banco não usa o termo despedimentos. O que acontecerá serão “rescisões voluntárias” ou reformas antecipadas. Pois.

E de repente somos assoberbados pelo candente problema da sardinha, com direito a diretos de televisões em restaurantes especializados na dita. O Conselho Internacional para a Exploração do Mar, um organismo consultivo da Comissão Europeia para as quotas de pesca, sugere a suspensão total, durante 15 anos, da pesca da sardinha em Portugal. O alarme é um tanto exagerado, não obstante a importância económica da sardinha. Não passa de um parecer, não há quotas na U E para a pesca da sardinha e a decisão a tomar cabe a cada Estado.

O Conselho Consultivo da PGR emitiu, a pedido do Governo, um parecer sobre o protesto de zelo dos enfermeiros especialistasem saúde materna e obstetrícia. Na opinião daquele órgão, “só por si, a diferença de habilitações não obriga a diferenciação remuneratória(…) pelo que a não prestação de serviço conduz a faltas injustificadas”. Aqueles enfermeiros recusam prestar cuidados especializados em saúde materna e obstetrícia em protesto contra a falta de reconhecimento salarial do que consideram serem competências acrescidas.

O Observador mostra-nos como “os caciques do PSD Lisboa angariam votos”. Num trabalho assinado por Vítor Matos, Pedro Jorge Castro e Miguel Pinheiro, o jornal filmou as eleições internas do PSD “para mostrar o lado escondido dos partidos: as carrinhas de transporte de militantes, o controlo artificial das votações e a participação dos notáveis”.

LÁ FORA

As autoridades gregas estão a registar crianças refugiadas migrantes como adultos. A denúncia parte da Human Rights Watch. As crianças ficam assim em risco e mais vulneráveis a abusos, exploração sexual e tráfico humano. Ficam, além disso, impedidas de acederem ao estatuto especial concedido aos requerentes de asilo com menos de 18 anos.

O novo plano da maioria republicana no Senado dos EUA para revogar o Obamacare vai deixar, já no próximo ano, caso seja aprovado, 17 milhões de cidadãos sem cobertura médica. Até 2026 serão 32 milhões.

A Polónia entrou numa deriva autoritária e o Parlamento, dominado pelo partido de ultra conservador Lei e Justiça (PiS) aprovou uma lei que permite ao Ministério da Justiça designar e destituir os presidentes dos tribunais sem ter de dar qualquer explicação. A aprovação da lei ocorreu apesar das ameaças da EU de ativar o processo que permite suspender o direito de voto da Polónia nas estruturas comunitárias.

A notícia é avançada pelo Independent, de Londres. Theresa May está com os mais baixos índices de popularidade algumas registados por um Primeiro Ministro um mês após ter sido eleito. Jeremy Corbin ultrapassou May pela primeira vez, segundo uma sondagem feita para o London Evening Standard. Apenas 34% dos inquiridos se manifestaram satisfeitos com Theresa May, enquanto 54% se revelaram insatisfeitos.

O Departamento de Justiça dos EUA, numa operação policial coordenada com a Europol, anunciou o desmantelamento da Alphabay, considerada a maior plataforma dedicada à venda de substâncias ilícitas, armas e dados pessoais. A plataforma conta com 40 mil vendedores anónimos e mais de 200 mil utilizadores em todo o mundo. Oferecia 250 mil substâncias químicas tóxicas, como o potente opiácio sintético Fentanyl e heroína.

Um terramoto de 6,4 graus de magnitude na escala de Richter provocou ontem à noite pelo menos dois mortos e três feridos na ilha grega de Kos. As vítimas mortais estavam, no momento do abalo sísmico, por volta da 1h30 local (21h30 em Portugal), num bar cujo teto ruiu, provocando-lhes a morte.

Morreu Chester Bennington, vocalista dos Linkin Park. (Vídeos, aqui, de alguns dos seus concertos em Portugal) O músico de 41 anos foi encontrado morto em sua casa, em Los Angeles. Chester ter-se-à enforcado. O seu corpo foi descoberto pelas 18 horas de ontem em Portugal. Bennington era casado e tinha seis filhos. Era conhecida a sua batalha com o álcool e as drogas.

A cantora francesa Barbara Weldens, de 35 anos, morreu ontem quando atuava numa igreja na vila de Goudron, na região de Lot, no sudoeste francês. A causa de morte está ainda por clarificar, mas segundo algumas informações poderá ter sido electrocutada. Weldens,que pode ver aqui tinha lançado este ano o seu primeiro álbum e estava a meio de uma digressão, acompanhada por um pianista e um guitarrista. Depois de crescer num circo, tornou-se cantora. Tinha em Jacques Brel uma das suas principais influências.

MANCHETES

Tecnologia para abater drones já está em testes – JN

Estado não cobra a privados por falhas em 30% dos novos radares – Público

Polícias acusados de tortura e racismo continuam ao serviço – DN

Santana recusou ser mandatário de Teresa Leal Coelho – I

Famílias já pagam juros mais altos na compra da casa - Negócios

Quadros da TAP levam 25 milhões de Angola – Correio da Manhã

FRASES

“Jamais aceitaria que o CDS pudesse ser associado a racismo”. Assunção Cristas, líder do CDS a propósito das declarações do candidato escolhido pelo PSD para cabeça de lista da coligação de direita em Loures

“Estigmatiza grupos, o que pode redundar em coisas piores. É um erro sem dimensão, que ficou agravado com as declarações posteriores que o candidato fez. Falou como candidato à Câmara de Loures, logo falou como elemento do partido". Manuela Ferreira leite, ex-líder do PSD, na TVI

“A Altice está aqui, mas pensa que está acima das leis e das regras que são definidas para este país”. Arménio Carlos, líder da CGTP-Intersindical na SIC Notícias

“Estamos perante uma situação de pessoas honestas que confiaram num sistema que as aldrabou". António Costa, Primeiro Ministro, sobre os lesados do Banif

O QUE GOSTAVA DE LER E FAZER

No seu muito útil e informativo blogue “Horas Extraordinárias”, a poetisa, escritora e editora Maria do Rosário Pedreiradava conta, na passada quarta-feira, num texto intitulado “Curtos” de um problema cada vez mais comum: a escassez de tempo para grandes leituras. Maria do Rosário, por exemplo, passou a reservar para as férias os livros de grande fôlego. Durante o ano, nos tempos de lazer lê apenas obras de mais curta dimensão.

Não raras vezes sou confrontado com perguntas de leitores, intrigados com a quantidade de referências que por vezes aqui fazemos. Há quem chegue a questionar se os autores destes Curtos terão mesmo lido tudo quanto sugerem. Claro que sim, embora de fora fique sempre uma enormidade de leituras que, não fosse a paradoxal falta de tempo numa sociedade tão robotizada, de bom grado saborearia. Por isso decidi, hoje, apenas referir que ando a ler uma muito interessante coletânea de dez contos intitulada “O País Invisível”, saída do primeiro concurso literário promovido pelo Centro de Estudos Mário Cláudio, situado em Paredes de Coura, para me deter no que não ando a ler, mas gostaria, se tivesse tempo.

O resto fica para o que não ando a ler. Detenho-me apenas em algumas revistas. Desde logo a muito inventiva e fabulosa revista francesa XXI , dedicada às grandes reportagens, inclusive em banda desenhada, e sem qualquer publicidade. Já aqui a mencionei e ontem recebi o aviso da necessidade de renovar a assinatura. O que fazer, quando se constata como cada vez mais o tempo se nos torna um bem escasso? O que aconteceu para que aqui chegássemos?

Apetecia-me muito ter tempo para ler o último número da Philosophie. O tema de capa deste mês é O Ideal de Simplicidade. Inclui entrevistas com Salman Rushdie e o sábio François Cheng, além da história de Audrey Tang, um “hacker” que se tornou ministro da Transparência da Formosa.

Da New York Review of Books guardo para leitura futura - se encontrar tempo - o que parece ser a fascinante história de Van Cliburn (“An Elusive Cold War Star”), um pianista dos EUA que, em abril de 1958, com 23 anos, viajou para Moscovo, no auge da guerra-fria, onde acabou por vencer a primeira edição do Concurso Internacional Tchaikovsky. Foi recebido nos EUA como um herói e cedo desapareceu de cena. Morreu em 2013 e terá sido o mais famoso pianista da história dos EUA.

À espera de tempo está, também, o número de junho da revista digital e gratuita “Blimunda”, editada pela Fundação José Saramago. Entre muitos aliciantes inclui um texto de António Mega Ferreira a pretexto da publicação, há 50 anos, de “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Marquez.

Se não temos tempo para ler, temos tempo para pensar?Temos tempo para imaginar a diversidade? Temos tempo para fazer dos dias algo mais que a mecânica repetição de outros dias?

Feita esta amostra, com a grave lacuna dos livros que se acumulam, deixo umas dicas para o que gostava de ver. Se estivesse a Sul, não perderia mais uma edição do Festival Músicas do Mundo, de Sines. Passa por ali o que de melhor se vai fazendo na música exterior aos circuitos comerciais. A Norte, não perderia, até domingo em Amarante, o MIMO, um festival de muitas culturas, e vários concertos, todos de acesso gratuito.

Fico-me por aqui, que o tempo – o seu e o meu – não dá para mais.


Tenha um bom dia e um excelente fim de semana. Com leituras e muitas músicas.

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