sábado, 29 de julho de 2017

Algarve a pé e numa sacola

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Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa  

Estamos mesmo, mesmo em cima de Agosto – e Agosto é sinónimo de férias para muitos de nós. E quantos são os que vão para o Algarve esticar-se ao sol? Muitos, já sabemos. Dentro destes muitos, há muitos que alugam casas ou apartamentos e preparam as suas refeições na maior parte dos dias. Foi a pensar neles – mas não só – que a Francisca Gorjão Henriques pegou na sacola e foi às compras à praça. De Vila Real de Santo António a Aljezur, passando por Olhão, Tavira, Loulé e Lagos, visitou meia dúzia de mercados e comprovou que estes são “espaços de encontro”: “Entre produtores e fregueses, entre o mundo rural e o mundo urbano, entre um tempo que já passou e aquele que teima em esquecê-lo. Haverá poucos sítios onde a serra esteja mais próxima do mar”, escreve a Francisca, que pelo meio nos conta a história da peixeira mais nova de Olhão ou do produtor de amendoins de Aljezur. Sigam o pregão, fregueses. E boas férias no Algarve, claro.
Foi também a pensar em quem está (ou ainda tem planos de estar) pelo Sul que a Mara Gonçalves se fez ao passadiço de Alvor. Desta vez, não quisemos só exercitar as pernas, fomos também à procura da passarada que esvoaça durante o trajecto daquele que é o maior passadiço da região algarvia: seis quilómetros, entre Alvor e a praia dos Três Irmãos. Guiada por Marcial Felgueiras e Guillaume Réthoré, a Mara avistou pintassilgos e pintarroxos, cotovias-de-poupa, fuinhas dos juncos. Mas houve mais, ora veja lá se não vale a pena o passeio.
Também vale a pena ficar a conhecer a história do Fera Palace, o hotel mais chique de Salvador da Bahia, no Brasil, aqui muito bem contada pela Alexandra Prado Coelho. Pelo meio, espreite ainda os balangandãs de Nádia Taquary, artista que se inspira na joalharia afro-brasileira para mostrar como as baianas transportavam no corpo o preço da liberdade.
Inspiradora é também a história de María Ulecia, a espanhola mais portuguesa de Lisboa. É ela a protagonista desta semana e mostrou à Alexandra a alma de que é feito o seu projecto micasaenlisboa, que é mais do que um lugar de alojamento no bairro da Graça. É sobretudo “um espaço de encontros” – e foi aqui que María se encontrou e decidiu adoptar Lisboa como a sua cidade. É de ler.
Fecho com um brinde: as caves da Cockburn’s reabriram o seu centro de visitas em Gaia e a Beatriz Silva Pinto já lá foi ver todos os recantos. A grande novidade é que é possível ver a equipa de sete tanoeiros residentes em acção. Fixe, não?
A prosa já vai longa, fico-me por aqui. Boas férias para quem está de férias, força para todos os outros. (E não se esqueça que estamos sempre aqui para si.)

Vale a pena voltar aqui



Quer experimentar ramen em casa de António? Tem que esperar por Outubro

Ajitama é o projecto de dois amigos que os deixa noites sem dormir e nos desafia a comer ao lado de estranhos. Lista de espera tem 230 pessoas.

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